Meu nome é Lucinara, tenho 38 anos graças a Deus e a Koryo Sooji.Minha saúde nunca tinha sido um mar de rosas, mas em Outubro de noventa e cinco ficou muito pior, estava no final da minha quarta gestação quando fui surpreendida com um derrame facial periférico, digo surpreendida por pura cara de pau, afinal meu corpo já dava cansavéis sinais de que iria sucumbir.Devido a meu estado precisei fazer uma cesariana urgente e logo a seguir caí de boca nos cortisonas da vida.Com o rosto totalmente torto, tendo que colocar esparadrapo no olho para poder dormir, usar babador para comer, exercitar a paciência para falar bem devagar fui levando a vida, indo ao médico três vezes por semana, tomando remédios para depressão (claro, quem não fica com depressão ao seu olhar no espelho e enxergar sua boca na orelha?), tomava para hipertensão a qual mantinha 15 x 17 diariamente, no pico do derrame atingiu a marca de 18 x 22, mais diurético, corticóides, um outro para proteger o estômago, enfim umas dezenas por semana, até aí tudo bem, quantas pessoas não tem a mesma rotina?
Passado alguns meses, meu cabelo caindo aos tufos, meus músculos faciais cada vez mais paralisados, minha cornéa rececando, completamente inchada e desestruturada emocionalmente, pensava que era preferível morrer, do que viver daquele jeito.Tudo o que me falavam, estava eu lá fazendo, até cirurgia espiritual, e nada apesar de tudo, meu neurologista muito animador me repetia a cada consulta que eu estava bem proxima de ter um novo derrrame, que precisava me acalmar etc etc...
Vocês ainda querem saber da minha vida familiar? Um caos, meu marido tendo que lidar com uma pessoa egoísta, insensível e autoritária em que me transformei, usava meu problema para ter poderes sobre os outros, todos tinham que me atender na hora, afinal o médico disse que não podia ficar nervosa; Meus filhos com paura dos meus chiliques histéricos onde jogava desde panelas até cachorro.Odiava o olhar de dó com que me olhavam, me sentia presa a um corpo estragado.
Um dia meu médico me ofereceu uma cirurgia de alivio, não era a cura mas poderia amenizar a parte estética, nem pensei e marquei para dali dois dias, devido ao alto acumulo de remédios no organismo, durante a operação tive uma parada cardio-respiratória, fui parar numa UTI, com mais drogas e com tudo torto.Desisti de lutar, cansei de ir ao hospital, de fisioterapia, de garrafadas e tudo mais, quando uma grande amiga da minha família me falou de um professor coreano que trouxe uma nova técnica de acupuntura para o Brasil, a Koryo Sooji Chim, ou acupuntura nas mãos.
Fiz ouvido de mercador e prossegui com minha auto piedade.Mais de dez meses se passaram até que Eva nossa amiga acupunturista a mais de vinte anos veio a São Paulo para um congresso e me encontrou na casa de minha mãe, ao ver no que eu estava reduzida, passou a mão no telefone ligou para a clínica do professor Ricardo Sim, nome brasileiro para Haedoc Deoc Sum Sim, explicou meu caso e marcou para o dia seguinte uma consulta.
Confesso que fui mais por insistência da Eva do que por vontade, ainda mais quando soube que a acupuntura que ele fazia era nas mãos!
Professor Sim não demonstrou surpresa,nem pena, pegou meu pulso e foi desvendando minha vida.Perguntou se meu intestino era preso, disse que sim as vezes ficava mais de uma semana sem ir ao banheiro, mas naquela altura do campeonato isso era de menos; Mas para ele era mais importante do que o próprio derrame, achei loucura, loucura de oriental, que vê tudo de cabeça pra baixo.Mandou que tira-se minha aliança de casamento e que não voltasse a usa-la no dedo anular, colocou umas minúsculas agulhas em minhas mãos esperou meia hora e mandou que eu voltasse no dia seguinte, antes de sair indicou um suco de batatas em jejum todos os dias, para limpar o intestino,pensei: Ele pode ser um bom acupunturista, mas em matéria de intestino é no mínimo um neurótico!!!
Naquele dia me senti péssima, chorei convulsivamente por horas, fiquei jogada no sofá da sala, tudo doia, meu pacencioso marido apavorado e meus filhos chorrando pela possível morte da mãe.Porém a noite eu estava tranquila, como a muito não me sentia, dormi bem, e o tal suco de batata começava a fazer efeito.Manhã seguinte levantei animada, disposta e fui para mais uma sessão de acupuntura;Mesmo diálogo sobre o intestino, mais agulhinhas.
Após minha quinta sessão com ele minha pressão abaixou para 12 x 8, ia ao banheiro todos os dias, sorria e já fazia planos, meu neurologista perguntou o que estava fazendo, respondi acupuntura, ele mandou que continuasse pois estava muito bem.Professor Sim aos poucos foi mudando minha vida minhas atitudes, meus pensamentos, me mostrou que nosso corpo é um templo sagrado, que tive derrame por mal funcionamento do intestino, deixando meu sangue cheio de toxicinas, grosso e sem vida, ao passar por uma veia mais fina, acabou rompendo-a, a aliança também tinha uma explicação, no dedo anular passa os meridianos ( canais condutores de energia)do intestino grosso e delgado, coração, pulmão, triplo aquecedor e circulação-sexo, o uso do metal ouro aumentava a energia deste canais e no meu caso era melhor que diminuisse.E pra finalizar me disse que a maior diferença entre nossa medicina e a deles está no fato de que nós estudamos em seres mortos e eles (Acupunturistas) em seres vivos!
No final de quase um ano de tratamento, estava curada, com o rosto muito melhor do que antes do derrame, pois agora havia vida e alegria nele, minha pressão nuna mais subiu, meus filhos e marido me pediam para nunca mais largar a acupuntura e foi o que fiz, mas essa já é uma outra hístoria, que conto no nosso proximo encontro.Lembrem-se Tuas Mãos, Tua saúde!
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